27 de dezembro de 2007

Nao Lembrar

Todo mundo quer
Esquecer
Um fato triste
Algo que existe
E que faz doer

Mas como seria esquecer voce?
Que tanto me fez chorar
E ter os melhores sorrisos
Que em meus labios sem juizo
Ja construi?

Inundar-se em um branco
Que nao, espuma de mar
E nao ter lembranca alguma
E nao poder emocionar-se
Ah, se nao esquecer, eu pudesse...

26 de dezembro de 2007

"Rei" Charles

Cantar
Soprar a voz ao mundo
E encantar

Fazer girar a menina
A criança que sorri
E remexe a bailarina

Inverter a ordem
Enfrentar a Georgia
Onde as ruas o mordem

E a voz que de ar vira pedra
Uma eterna solidez
Por eras e eras, é hedra

Que o céu escalou
Chove as gotas do "Rei"
Que só aos ignorantes machucou

Faz eternizar o seu cantar
E que possam os ouvidos escutar
O talento que nasceu para brilhar
E brilhou. E brilhará!


23 de dezembro de 2007

O Verbo Ajudar

Já é natal em todas as lojas
Mas nem em todos os lares

Já é natal em todas as ruas
Mas não para todos os pares

Já é natal pra criança que ri
Mas não para que tem fome

Já é natal pra moça que ganha
Mas não pra quem o presente some

Já é natal pra quem não sabe o que é medo
Mas nunca para quem não pode ter brinquedo
O natal é um grande segredo
Pra quem não pode brincar ou ceiar
Dê de presente, o verbo ajudar.

22 de dezembro de 2007

Ainda Capaz

Será ainda capaz
Um alguém sequer
qualquer na só sua
plenitude única
ainda me notar?

Eu, que já não tenho paz
Que não como com talher
Não vejo mal em andar nua
A chance é última
E já vai acabar!

21 de dezembro de 2007

Cegueira Opcional

Pare de pensar
Ilusões que não hão
Não existem, não são

Você não têm olhos
Nem tato pra perceber
Que ninguém mais vê?

Um mundo de cegos
Onde todos sabem como não agir
E o outro (não) vê o erro e continua a sorrir...

20 de dezembro de 2007

Française

A tão linda Paris
Sempre aguarda
Enquanto o rio
Corta, e corre
Envolve o frio
A face do guarda
Te pára, infeliz

Mas belíssimo
É o beijo, ao passo
Que o francês fala,
e vai bicando o ar

Como raríssimo
Beija-flor melaço
Que lambuza a mala
Do viajante a voar.



18 de dezembro de 2007

O Cheiro

A Espera
Da Criança
O Cheiro
A Fragrância
Esperança

Não triste
Se existe
O melhor
Liste
Te esperar

A melhor coisa do mundo
É a espera por você
Abuse, Esperança
Ela vai te envolver.

15 de dezembro de 2007

Amor-Te

Por que quando não
Não se quer achar
Acha-se mais
O que não quis encontrar?

Não procurei
E encontrei
Sangrei

Por que a ferida
Quando ninguém vê
Não há remédio
Pro seu doer?

Só ilusão
A razão
Em vão

Por que a promessa
Assim se vai
De o próximo
Não amai?

Ser forte
Um corte
Do amor-te
Morte.

19 de novembro de 2007

A Praia

Por que em meio a esse universo tão mutável
algumas coisas simplesmente, não mudam?

Se agora o corpo de outrora já não é mais amável
por que a água não leva corpo e areia que afundam?

15 de novembro de 2007

Bond, Gisa Bond - ade

Bondade mais bondosa do mundo
É a rosa de um universo profundo
Que explicar seria tão difícil
que as letras são início
para um fim que não há

Se se pudesse explicar
O dourado que vem alumiar
Um ambiente na presença tua
Tranduziria a natureza nua
Onde tudo começou

É a agulha no palheiro
Quem mudará o mundo inteiro
E com sua forte fragilidade
É a prezada divindade
Dos que menos podem

Em meio aos menores, é nobre
O exceto que a imprensa cobre
Continue defendendo o que acredita
Tranformando a esperança em mais bonita
Numa Terra a qual nada mais se crê

O resumo é: palavra chave, ser
E o que eu sou: o não ter
E o que serei: a feliz ajuda
E para quem: a mais miúda
E como ajo: dando uma vida
E o que eu quero: Generosidade Ativa.




14 de novembro de 2007

400000... Carneirinhos

Droga de sono
que só vem na hora errada
é o preço que como
por viver nessa sociedade enlatada

Droga de noites claras
e dias pra lá de escuros
Noites bem dormidas são raras
carneirinhos não param de pular muros!

12 de novembro de 2007

A Pluma

O indivíduo é só
Sozinho como o som da palavra
Começa aberto e vai caindo
Sozinho
Caminho
Pelos pés em par vai seguindo
O chão rijo que o só lavra
Mas que volta a ser pó

Se já é condição
Não arruma
Assuma
Ou suma
Em suma,
Pluma
Uma.

10 de novembro de 2007

Soul de Escorpião

É mês de escorpião
traiçoeiro, incolor
do desejo, um espião

Pião da vida e dos bares
do sorriso e da tragédia
aquele que só faz média
quando se fala em "mercaris"

Não se cansa, criança
Segue e prossegue
Na farta comilança

A escolha é o desejo
amor eterno ou imediato
o melhor é cometer o ato
quando se fala em beijo

Vivo a eternidade do agora
prefiro o gozo do dia, da noite,
ao arrependimento de outra hora

Mais um ou um a menos
Os dias nascem e morrem
Como os venenos que correm
Em caudas de animais tão pequenos

Sou um escorpião
Que gosta de se acamaleoar
Sou da água e do ar.

5 de novembro de 2007

"Cãibra"

Estar triste
É pôr os pés no chão
Não senti-los e cair
Como quando dormem
Sem circulação
E por segundos,
Deixam de existir!

31 de outubro de 2007

Lutar

Lutar
É treinamento
É encorajamento
A União

Uma paixão
Que resulta
Forma enxuta
E talvez
Desagregação

Mas se eu luto
E você também
Todos nós lutamos
Procuramos o uno
Para você um bem
Onde todos ganhamos.


24 de outubro de 2007

Surrealista Dali

Eu sou aquele
que muda e mexe
remexe aquirevira ali
mas ninguém pode
me mudar Dali

Ah, eu sou o universo
constante, mutante
como diz o verso
"a metamorfose ambulante"

Se páro de andar
Não mais serei eu?
Se páro de falar
O mundo me esqueceu?

Eu, sou eu
Com todos os eus que isso acolhe
Judeu, coliseu
Aquela capaz de secar o que você molhe
Nem meu, nem seu
Um grão sem dono que já flor, alguém colhe.

22 de outubro de 2007

Saudade É Não Ver

A saudade é falta
Sentir o vento
Entre seus braços
Não ver ao relento
As marcas dos passos

Mas a saudade é cheia
Capaz de transbordar
De conduzir o ser
A sem pensar, abordar
Outro ou você.

21 de outubro de 2007

Ouvir Para Repetir

Gritar eu te amo
Não é certo
Nem esperto
É o esforço a toa
De quem não tem
Não vê onde segurar

Dizer eu te amo
A todo momento
É falso sentimento
Mas sensação boa
Descansa o que requerem
Os sentimentos de amar

Ouvir eu te amo
É ouvir som com acento
É correr a favor do vento
O som do sino que soa
Ao coração faz o bem
Quem em segundos já vai duvidar.

Repita...


20 de outubro de 2007

O Cebolinha Diz Tlês

Nestlê
Um conglomerado fosse
Algo bom e doce
Você

Faria
As melhores balas
Que todos pudessem chupá-las
Igualaria

Pessoas
Do Presidente ao pebleu
O sem dente mordeu
Coroas

E por quê?
A diferença só aumenta
O verme do pobre não aguenta
Você?

E os de cima
Pagam por água da fonte pro leite
Já pegam água nas ruas pro pó do leite
A mais baixinha

Engoliu
Você já é cabelo, comida
Beleza, gula, desejo e vida
Nos abduziu!

18 de outubro de 2007

Escorre...

A púrpura cor
Escura
já negra
procura
sangrar

O sombrio dia
Frio
já vazio
aflige
pensar

A límpida água
Lambida
já salgada
leve
passeia

A tensa face
tênue
já grita
gira
repousa

E chega o outro mês!

17 de outubro de 2007

Cores e a Tela

Escrevo porque hoje vi
Não uma flor, a pétala
Alva e flamejante
Alguém pode crer em ti?

Na paz do branco
Brilha o fogo, incendeia
Na turbulenta explosão
Vem a calmaria, clareia

O verde que nos cerca
No primeiro contato
A chuva que cai
Inicia o ato

O espetáculo já finda
Mas não terminou ainda
Das cortinas, já sinto a vinda
E o início da amizade mais linda

Por enquanto, aconselho rédeas com cautela
Acredite, desacreditando que é a mais bela
Viva cada dia com todas as cores da aquarela
Pintando pra ti, êxito e emocionantes telas.

2 de outubro de 2007

Ah, A Roça

Ah, se eu fosse pra roça
Ouvir o galo cantar
Se a casa não é nossa
Lá se pode se fartar
E se a vida não é fossa
Vale o sol admirar

Ah, se eu fosse pra roça
Ouvir o galo cantar
Escrever sobre o verde
E na grama me deitar
Viver com o céu um flerte
E a cigarra cantar

Ah, se eu fosse pra roça
Ouvir o galo cantar!

30 de setembro de 2007

A Quem Vi Voar

Eu queria ser um pássaro
Para voar, transportar
Passear e viajar pelo país
Pelo mundo...em seus litorais
E em seus locais mais profundos

Não ter regras mesquinhas
Apenas voar e me alimentar
O suficiente pra fome matar
Sem gula, sem me fartar
Minhocas não te fazem engasgar

Mas sem asas, continuo
Andar, carminhar, passear
Sou da terra, sou do ar
Estou solto ao vento para me levar
Uma mochila, uma barraca, acampar
Sobre as folhas, prefiro deitar
E o ar mais puro respirar

Sou um pássaro e serei
O viajante que na trilha vai andar
E que nos mares vai velejar
E que por entre as nuves vai viajar
E o Brasil, em mim vai estar
E todo o mundo, não me pertencerá
Mas sim, pertencerei

Como poeira que voa, repousa
E volta a voar livre no ventar.

14 de setembro de 2007

Um Aroma

Um café, um livro
o silêncio
Um aroma confortável
Sinto na língua
o incêndio.

Inflama a alma
o conhecimento
Concentra-se nas letras
o momento.

Corre o tempo
Repousa a xícara
esfria.

Já de pé e completa
Despeço-me da saleta

vazia.

8 de setembro de 2007

Bolha de Sabão

Sinto o vazio do ar
Como a bolha de sabão
Comprimida e colorida
Antes de estourar

Ah, se pudesse flutuar
Transporia o alto portão
Em atmosfera desconhecida
Iria levemente brincar

Humanamente posso falar
Mas não preencher o vão
Das cores mais sortidas
Como a bolha que já nasce
Com a certeza que irá estourar...

6 de setembro de 2007

A Pavarotti.

Hoje o teatro está de luto!
Paris, Itália...onde se há
Ópera viva, cai uma lágrima.

O anúncio soa bruto
Ressona a tristeza que a platéia está
Adormece o vulcão, esfria o magma.

Já sólido, ele evapora
Rompe as nuvens e o céu
Eternizada é a voz.

Já se vai na boa hora
Pois produzido o sonoro mel
Descansa a abelha, após.

Lanceloti, trote, morte
Sorte, forte, mote
Em paz, senhor Pavarotti!
...

3 de setembro de 2007

O Pouso

Tenho pressa
Pela surpresa que há de chegar
Tenho pressa
Pela surpresa que hei de entregar

A respiração que ofega
Implora o girar do relógio
Desbaratina o juízo pelo não óbvio
Se ainda não nos vemos, estou cega

Agora o pouso beija a pista
O que era breu, clareia
O arfar de antes já incendeia
Os olhos que já vêem o número na lista.

28 de agosto de 2007

Mentes Diferentes

Como detesto...
Sim...como, ingiro...
antropofagicamente
um preconceito...atiro.
Como pode um alguém
distinguir dois humanos
por cor de pele, branco e negro
Ou dizer da seda o melhor pano?
Como dói um continente
Exilado do mundo por sua cor
Como dói uma agressão
Uma frase nojenta, q horror!
Ah, e ainda há aqueles
Que dizem não haver racismo
Em q planeta andam pousando?
Onde só há o alvo-consumismo!
Depois o inocente menosprezado
É o que atira esfomeado...
E nessa luta, quem ousa dizer
Quem é inocente e quem é culpado?

25 de agosto de 2007

Uma Menina e Um Nome

Raio - explosão de luz
Hilária é a distância que aproxima
Amizade e respeito
Falam, tentam traduzir a menina
Aspirante a um amor com cheiro de novo
Experimentando um outro universo

Longe, perto, paralelo, verdadeiro e curioso.

3 de agosto de 2007

Jampa

A terra é do sol
E se nela me ponho
Jogo o anzol
Pra me iluminar

A terra é do verde
E se o ar é mais puro
Lanço minha rede
Pra de tudo vivenciar

A terra é dos cristais
E se as águas brilham
Deixo-as em corpos tais
Pra sorrirem dentro do mar

A terra é do sorriso
E se um cheiro me é dado
Retribuo com outro consiso
O que permite a vida prolongar

A terra é da história
E se aprendo a cada passo
Já me satisfaz a vitória
De nesse solo pisar

A terra é João Pessoa
Tapioca, milho, castanha
Sendo a comida a grande coroa
Neste reinado vou me lambuzar.

31 de julho de 2007

O que Era Novo

Do Sul ao Norte
O que me traz sorte
É o que carrego no fundo
De um particular mundo
Que só aparece você

Minha companheira
São as mais matriqueiras
Estrelas, luar e lembranças
Presas como tranças
Em minha mente e meu ser

E se tudo transforma
O som da voz já não retorna
Sabe-se que o anterior melhora
E o que era novo foi embora
Vê-se o lindo sol amadurecer
Apareça, todos os dias
Como o sol que se despedia
Já sabendo que voltaria
E novamente se deitaria
Até o próximo amanhecer.

30 de julho de 2007

Américas

Tenho pra dizer
Que ventos, ás vezes
Correm em oposição
Que as águas, nem sempre
Seguem a mesma direção
Que a lua e o sol
Não se encostarão
Que duas matérias
O mesmo lugar, não ocuparão

Porém,
a América é uma só
e de ti, não sentirei dó
enquanto não sentires de mim

O sentimento está guardado
E a chave que o tranca, repousa
Esperando a nave que pousa
No dia que não foi marcado

E se a razão é negativa
Desafio às estrelas
Pra que um dia possa tê-las
Como a prerrogativa
De até você chegar,
Pode me esperar.
É o que tenho pra dizer.

16 de julho de 2007

"Florio"

Florece mundo
Pois o frio profundo
Já nos deixa

O coração aquecido
Novos velhos amigos
Não há queixa

E se você aparece
Nessa hora, apetece
A vontade do trocar

Mas se fores embora
Deixo as bolsas lá fora
E começo a voar

As ondas sobem
Os cabelos cobrem
A face rosada

E se retorna a flor
Lanço beijos de amor
Estou apaixonada

Pena não mais ter encanto
E a ilha, não disfarça o pranto
Da outra flor ressecada.

8 de julho de 2007

Compense

Foot
Futebol
Futebola
Bola

A universalidade
Do esporte
É a popularidade
Do corte

Da esperança
De um mundo melhor
Que a criança
Aprende na mesa de totó

Os corpos suam
Por muito trabalho
As pessoas não recuam
Pois não há atalhos

Compre
Compensação
Sensação
Pensa
Ação
São?


5 de julho de 2007

Com Uva

Não posso
Não devo
Mas coço
Me atrevo

Aproveitar
O Trovejar
De cada chuva

Deleitar
O açucarar
Da doce uva

O vinho
A uva
Juntinho
Com luva!

3 de julho de 2007

Os Seus Azuis e Você

Eu preciso dizer
estive bem longe
Para nos melhorar
E hoje, a semente
Já é uma linda flor
Que o carinho vai cuidar

Um dia, vai saber
A ausência de nossos toques
E o que ela provoca
É o maior dos sentimentos
Que em nenhum momento
Os ventos podem derrubar

O que fazer
se depois de mergulhar
Nas águas mais azuis
Não há outras desejáveis
por minha alma se banhar

O que dizer
Se o reencontro é viver
O teu beijo é renascer
O verde-amarelo é aqui
O vermelho é a paixão
O morango é o gosto de te beijar?

Já posso prever
Estar contigo agora ou nunca
É o que mais posso querer
E estar juntinho com você
É o que meu coração diz
Até o púrpura pôr apontar...
Te amar, só isso, te amar.

1 de julho de 2007

Para o São

Assim é
O casal se encontra
E como uma afronta
Esquecem de tudo
Pra viver um prazer

Assim é
As ondas lentas de calor
Vai e vem novo amor
E no fim eu aqui
Sem ninguém, sem você

Será que tudo vai mudar
Final feliz, já não há
Já nem vou mais acreditar
Sei que um sorriso, o tempo
Passa

Pois assim é
Não adianta adiar
O que fato é
Com ela, se encontrará
E eu...seja o que Deus quiser.

26 de junho de 2007

Acorde...

Sinto
O sol da primavera
Distinto
Acorde pra uma quimera

A música que toca
O instrumento invejado
Seu dedo não me foca

Desejo a pele
Transformada em teclas
Um toque congele

E permaneça
A mesma nota
Nova partitura

Mais linda figura
Calço a minha bota
E rezo pra que eu conheça.

24 de junho de 2007

Bebidas

Um susto
O início assustada
Um sussurro
E depois voz gritada

Sorriso
Gargalhada
Libido
Friso
Apressada

Roda, roda mundo
Circula em volta
Um giro constante

Giro até o fundo
Circula-se a escolta
Uma roda gigante

Vou...vôo
Vento..vrum!
Verde...vai
e só volto
depois de amanhã.

21 de junho de 2007

A Pseudo Bailarina e o Rei

A aparente bailarina
Rodopiou, rodopiou
E já não sendo tão menina
Em sua mente escorregou

E lá, deitou-se lentamente
Até ficar acomodada
Sua dança não eloquente
Não há debulê, só há rodopiada

Gira, gira, lentamente
Mente, dissimula
Não consegue olhar de frente
Para o carinho que já anula

Com seu exterior, ela seduz
O brilhante sol não sabe por quê
Mas só se volta para a negra luz
Que destruiu um antigo pa-des-deux

Sete e oito...é o começo
Do frágil amor e da forte dor
Já esquecida, desapareço
No figurino desbotado, bordô

O mundo gira, voa, vai
O rei sol se atormenta
E a pseudo bailarina cai
Na ponta que já não sustenta

Mas já diz um antigo ditado
Quem é rei nunca perde a majestade
E por mais que se tenha derramado
Ergue-se, sem a luz que havia brilhado

Só a casca, nada é
Com um oco interior
Quando atinge nada quer
Personagem incolor

Gira tempo, gira novo
Recomeça o que já foi
Vossa alteza sobre o povo
A contagem é um, dois...


18 de junho de 2007

Aniversariando

1..2
12...
21.

Os anos passam
E o mundo gira
cada vez mais rápido

As maria-chiquinhas de ontem
São os longos cabelos de hoje
De um período nada plácido

A saudade...a idade
As horas que não voltam mais
E qualquer descrição à tarde
Tornam-se versos banais

Viva o vivo hoje
que já passou
E o instante futuro
que já chegou.

3 de junho de 2007

Não Se Pode Perder

Nesses dias
Dias de céu cinza
O cheiro de manteiga
A exibição das telas
É o "aconhegador"

E falando em dor
Vejo telas amarelas
Sinto falta de um amor

Sabe como é o ter
O ter de esquecer alguém
O ter de se sentir desfalecer?

Sei como é o amar
Amar de corpo e alma
Amar sem medir nem julgar

Fui rejeitada
insultada, ferida
com eufemismo, exilada!

Perdi o que sempre quis ter
No momento em que tive
Ou achei que tivesse
É não tinha
Não é assim que se vive
E o que nunca se teve não se pode perder.

É junho de 2007

É Junho!

E esse frio está meio afundador

Vai ver que é o ano

Mas espantemos qualquer terror

desse inverno insano!


Vamos celebrar às festas

Comemorar os aniversários

E que as gargalhas, sejam estas

As primeiras a sair dos armários!

1 de junho de 2007

Deito

Deito
Em meu leito
Estreito
Sem conceitos

Me cubro
com cobertor rubro

Preguiça
Enguiça

Me desanimo
Sem tino
Não domino

O sono
Sem trono

Mortal
E tchau.

30 de maio de 2007

Vinte e dois

De dois em dois
Expande-se a luz do sol
Acarinhando com o quente
Os dias de inverno
E o aconchego do hálito
Que vasa de um sorriso
Nos extrai do frio
E expulsa a solidão
Ao menos por dois segundos
Ao menos por duas palavras
Lástima é da distância ser uma escrava
Quero reduzir este vasto mundo
Pela desconhecida emoção
Que existe na tela, no fio
Causa em minha saia o friso
Pelo tempo sentada, um hábito
O sentimento mais terno
Pela composição envolvente
Ressonante do rubro farol
Mais belo som em plenos 22.





26 de maio de 2007

Friagem


Solidão
Dói
Dor de frio
Friagem
Viagem
Viajar no Rio
Mio
Cio
Copio
Colo
Eu quero
Coro
Num só.

17 de maio de 2007

Dançarei

Subi as escadas
No primeiro degrau
Postura formada
Cheguei

As pernas vibram
O coração sente
Os músculos apertam
Girei

Rodopio de ponta a ponta
Corro, corro e salto
Imaginação que desponta
Deitei

Minhas mãos tocam a superfície
Acariciam a madeira, o linóleo
E num movimento artífice
Levantei

Cada junção ativa-se
A visão dilata
O corpo comunica-se
Ouvirei

Uma música é traduzida
Por um composto orgânico
E biologicamente é conduzida
Arfei

Ensaiar até a eternidade
Para a perfeição pretentida
Nunca chegar...que vontade...
Ah, dancei
Danço
E dançarei.





29 de abril de 2007

Ciclo-Onda

A planta nasce, cresce, desenvolve-se e morre
Ao menos, assim aprendemos na escola
Ela morre e tem um fim, é isso?
E o ciclo, a natureza renova
O mundo dá voltas
Eu quero voltar
Viver
E sobreviver
Morrer, levantar
Lutar a cada dia, uma prova
Do sentimento, nunca ser omisso?
Não! Estar presente, dançar, girar, bola
Lutar, manter, não como a vela que só escorre
E não volta a acender.

27 de abril de 2007

Eu Te Odeio

Eu te odeio
Eu te odeio
Eu te odeio...

Eu te odeio
Eu te odeio...
Eu te odeio...


Eu te odeio...
Eu te odeio...
Eu te odeio...


Quantas vezes mais
Precisarei repetir
Pra que essas frases
Eu deixe de dizer para sentir?

Sopro
Sofro.

20 de abril de 2007

?

Não quero mais te ver
Chorar.
Não posso mais te ver
Chorar!
Deixe-me chorar em seu
Lugar.
Realmente, eu vi se desfazer
Amar?
E se persistir
Ficar!
E se eu cair
Levantar!
O que era meu
Mudar.
Essa noite você não irá
Chorar?

Lágrimas de amor
Secou.
A luz interior
Apagou.
E o que se perdeu
Amou.
O que era amor
Acabou...

18 de abril de 2007

A Bela Amou-se

Eu, o que dizer...
Dizer só sobre o seu eu
Seu confuso eu em si
Que embaralha a ti

O meu eu te ama
Sente sua falta no espaço
E o seu eu não sabe se sim
Se há falta de mim

Eu, que se perturba pelo teu
Só há a certeza do amor
Seu confuso eu me ama
E embaralha-te, não me chama

O meu eu misturado
Mistura a dor e o amor
Mas a passageira raiva apaixonou-se
E por seus defeitos, encantou-se

Não são a dor e o amor intrínsecos?

O seu eu emocionado
Na pele, brotou a flor
Mas se o longo tempo encurtou-se
O seu eu parou e o meu eu amou-se.

16 de abril de 2007

Parabenizar

Parabenizar
É desejar vida
É desejar que o desejo
Venha a se realizar

Parabenizar
É mentalizar energia
É mentalizar para o outro
O que pra si mesmo almejar

Parabenizar
É querer o melhor
É querer que o que quero
Sucesso para ti vivenciar

Parabenizar
É simplesmente amar
É amar a quem se parabeniza
E em um abraço se entregar.



14 de abril de 2007

Minha Porta

Vazia
Faria
Se não fiz,
O que ainda importa?

Fria
Tardia
Se ninguém vem
E bate a minha porta!

Vermelho
Espelho
Se a moldura
Permanece torta...

Almejo
Não vejo
Se há caos
A esperança morta?


12 de abril de 2007

Signo do Camaleão

Signo da curiosidade
Da amizade
Da dispersão

Signo da dupla identidade
Da ambigüidade
Da comunicação

Signo da criatividade
Da mutabilidade
Do camelão

Signo da Jovialidade
Da exterioridade
Da observação

Signo do zodíaco
Do artístico
Do clásico e do lírico

Sim e não.

10 de abril de 2007

Sentir, Dizer e Ouvir

Sentir saudade
Não é fácil
Mas é a dificuldade
Mais prazerosa que senti

Sentir saudade
Dizer, e ouvir
O "eu também"
São lágrimas de alegria
O maior bem

Sentir saudade
E não receber resposta
Um impessoal idem
É perder a aposta
De que o sucesso ainda vem.

8 de abril de 2007

Garganta

Na quinta, a límpida água
Renova pedra, coração, planta
O mundo verde transparece
Grita forte a garganta

Ela reclama, arranha
Me põe na cama, fanha

E o que renovou,
Se re-renova
Ou seja, apenas voltou
Ao que era antes
Situação não-nova

antiga, constante, inimiga dor...

6 de abril de 2007

Se Tic ou Tac

Tic-tac, as horas correm
O mundo não pára
Não se pode parar
Tic-tac, o que já passou
São fatos atrasados
Para não se atrasar
Tic-tac, o presente está
E em câmera lenta
Tente mais o ralentar
Tic-tac, os segundos importam
Somente curta, viva, aproveite
Descompromisso é para aproveitar
Tic, o futuro não se prevê
Se o Tac ocorrerá
Ou se não vai ocorrer.

Simplesmente assim.

3 de abril de 2007

2 Linhas do Quadrado

Se é sempre o começo do fim
Não dite regras assim
Se a vida passa
Não dê espaço à ameaça
Se nós dois fomos tingidos
Desbotemos enquanto o pincel fica detido
Se o medo nos consome
Alimentemos com coragem, nossa fome

Resolvi dizer que vale a pena a entrega

Se ama e não é amado
Deixe o amor de lado
Se não ama e é amado
Mais vale a dor de ter tentado
Se há uma quadrilha de amados
Apague duas linhas do quadrado
Se o desejo é afetado
É preciso que ele seja manifestado.

1 de abril de 2007

Claro e Escuro

Enquanto a luz prevalece
O preto absorve
Aquece
Calor
O suor desliza
A flor quase fenece

Quase.

Enquanto a escuridão desponta
O branco ilumina
Sina
Portuguesa
O chão treme
A lágrima aponta

Certo.

O claro e escuro tudo toma
E a elegância da antítese
Brilha, emociona e soma

Pois não só a maioria vence
De uma organizada minoria
A vitória pertence.



31 de março de 2007

Síntese

Sintetizar
um mundo
sintético
não profundo
Patético!

Reduzir
pincel
uma mão
papel
está bom!

Revirar
mudança
pra quê?
esperança
pra quem?

Comodidade é o que impera, não?

Transformemos
Transforma
Trans
T.