21 de junho de 2007

A Pseudo Bailarina e o Rei

A aparente bailarina
Rodopiou, rodopiou
E já não sendo tão menina
Em sua mente escorregou

E lá, deitou-se lentamente
Até ficar acomodada
Sua dança não eloquente
Não há debulê, só há rodopiada

Gira, gira, lentamente
Mente, dissimula
Não consegue olhar de frente
Para o carinho que já anula

Com seu exterior, ela seduz
O brilhante sol não sabe por quê
Mas só se volta para a negra luz
Que destruiu um antigo pa-des-deux

Sete e oito...é o começo
Do frágil amor e da forte dor
Já esquecida, desapareço
No figurino desbotado, bordô

O mundo gira, voa, vai
O rei sol se atormenta
E a pseudo bailarina cai
Na ponta que já não sustenta

Mas já diz um antigo ditado
Quem é rei nunca perde a majestade
E por mais que se tenha derramado
Ergue-se, sem a luz que havia brilhado

Só a casca, nada é
Com um oco interior
Quando atinge nada quer
Personagem incolor

Gira tempo, gira novo
Recomeça o que já foi
Vossa alteza sobre o povo
A contagem é um, dois...


Um comentário:

Tião Martins disse...

rodopiada
piadas a rodo
a vida é engraçada
sem dó pelo denodo

somos seres urbanos
mas o esgoto
sob nós
nos dá
nojo.

--------------------

Vá em frente bailarina, as luzes do palco apenas começaram a brilhar pra você. Conte com meus aplausos.
Bjs!