6 de outubro de 2013

Maldita.

Há causas que são perdidas e não há muito o que se fazer. Você senta e espera da pior maneira. Que seja! Esses dias, notei que a saudade tem corroído a pele, a alma, os tecidos a cada trago. Sem possibilidades de trazer descanso. De tanta sensibilidade, saudade é o nervo do dente latejante. Sinto-me exposto. E sim, o posto está perdido. Fodido em porções de limões, malvada e gelo. Sem açúcar. E aquela coisa que era a mais bonita, a mais gostosa da cidade, o excremento de toda corja de pequenas bactérias escrotas suicidou.
Precipito em me amaldiçoar e dizer palavras sem efeitos que não deveria. Só que nesse mundo, melhor o que sobra e fica por aí do que o que falta. Gera-se um buraco que desaparece em algum tempo e logo em seguida, perde-se a noção de sua existência.
Perdi a noção da minha ao virar um buraco. Sem pedras pretas. Sem tic tac. Sem sólo. Sem.
Os músicos saltam do metrô com os olhares perdidos. Abaixo a cabeça. Eles sobem as escadas. Eu, sem.