31 de janeiro de 2008

Alá, Meu Pobre Alá!

Só se ouvem
confetes, serpentinas
blocos e marchinhas
A marcha
Da menina que tem fome
Do rapaz desempregado
Do povo sem nome
Do corpo dilacerado

E a gente, vai seguindo
Cantando pelas ruas de pedra
"Está tudo lindo!"
Enquanto milhões de lugares
Vão se explodindo

Mas segue o jornal anunciando
Alegria, instrumentos pulando
Um povo sem dente esteve apanhando
E agora não pára mais de cantar

Porque chega o início do ano
E resta a esperança de bons tempos
E mesmo com chuvas e ventos
A gente segue cantando
Alá, alá, alá meu pobre alá!

E a gente, vai seguindo
Cantando pelas ruas já sujas
"Está tudo lindo!"
Enquanto milhões de lugares
Vão se implodindo.

26 de janeiro de 2008

Corta. Saudade.

Fria e estranha
Súbita ela chega e leva
Sem pensar...
E nós que somos tão racionais
Ao menos, cartesianos...

Mas o artista não morre
Aqueles cujo talento corre
Na veia, não há corte
O corpo vai, o trabalho escorre
A morte chega, a vida foge
O talento eterniza, a aplauso nos move

Não precisava ter ido
Insônia devastadora
Tão cedo, arrebatadora
E o menino inibido
Já tomou as pílulas da eternidade
E deixou as cenas...corta. Saudade.

18 de janeiro de 2008

No Entre Ato

No entre ato
Teatro
Em cada cena
Pequena
Grandes revelações
Ou não

Dedicar-se
Estudar a arte
É preciso vocação
E se o talento
É lento
Trabelhe então

Respire autores
Leia amores
Trágicos ou não
Articule bem
Conte histórias, cem
Com vontade na ação

"Contemporanize" os clássicos
E "classique" os novos
Brinque e aprenda

O teatro é um grande jogo
Da realidade imaginária.
A esse mundo, a melhor prenda.

1 de janeiro de 2008

Feliz Mundo Novo

Se mais um ano
Se faz novo
A vida que existe
Pode se renovar também

Fazer-se de nova
Chegar, brilhar, inebriar
Como o amador que liga
E ao que ama faz o bem

Que o branco da paz brilhe
Reluza por toda a humanidade
E o vermelho seja apenas paixão

E que o branco doce das cores
Proporcione não só na marca
Não só no açúcar, um mundo de união.

Feliz mundo novo!