5 de dezembro de 2012

Tempo Presente da Nação.


Acordo com sono, sentindo os ossos e até a pele quebrada pela escassez das horas em que estive na cama. Cerca de duas horas, duas horas e meia, suponho. Mal me sento, preparando os pés para me sustentar e uma notícia (mais uma!), me deixa com as vísceras reviradas e o vômito corrosivo na iminência de sair. Pensando bem, acho que o vômito apodrecido, na verdade, era arremessado como areia nos meus olhos e ouvidos. A repórter ao falar, dava um tapa matinal na cara da população brasileira. Um tapa de impunidade, de escárnio, uma porrada lavada pela cachoeira de sangue e dejetos que sorria ao dar um pequeno adeus safado para as grades antes companheiras.
Senti vergonha. Não de ser quem eu sou ou estar onde estou, ou por minha moral e ética muito bem lapidadas por uma mulher que com toda pobreza e dificuldades soube me educar clara e eficientemente bem, obrigada. Mas vergonha por estar em um país onde todos os dias as notícias (principalmente, no que tange à política) são péssimas novas. Péssimos exemplos que constróem uma sociedade com um pensamento bizarro de que o importante é sair por cima da carne seca sempre e dar um “pequenino adeus” para a câmera no fim.
Beijinho, beijinho, tchau, tchau.
E foda-se.
E pau, pau.
E empalhamento para quem é adversário ou minoria.
Em uma dessas tragédias gregas, Ésquilo ou outro humano qualquer discursa, através da fala de um deus do Olimpo, que os mortais têm essa mania de pisar naqueles que já estão no chão. Infelizmente, é a mais pura verdade.
Ah, a mesquinhez e a falta de vergonha, de peso na cova e na consciência de roubar daqueles que possuem tão pouco. De usurpar o dinheiro do lanche que mantém em pé os pequenos sacos de batata vazios que mal conseguem sustentar-se para adquirir mais gulodices, gordura e requintes, até importados, para as barrigas flácidas, obesas ou super esticadas por cirurgias plásticas pagas muitas vezes com a verba destinada à saúde pública.
Quanto asco! Senti vontade de morar em um desses países cuja lei é a da tolerância zero. Para esses corruptos, ladrões e porcos escrotos (com todo respeito aos suínos que não merecem tal xingamento, coitados), a punição é o corte dos dedos, da mão, do braço, a retirada dos olhos etc.
É esse o mal do século, não é? A intolerância.
Fica muito difícil ser tolerante diante de tanta desumanidade. É a época da exaltação das atitudes filhas-da-puta (com todo respeito às putas, claro).

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