29 de fevereiro de 2008

Cheio

O branco
Quando aparece
As palavras
Desaparecem
As sensações
Já nos esquecem
O que se foi
E me deixou

Escrevo
O que acontece
Quando não há nada
E o interior fenece
E cada linha
Já enaltece
O que pode vir
O que já me amou

E só as letras traduzem
Como cheio de vazio eu sinto
O corpo que não anda
O coração que não bate
A casa que não abriga
O que leva e não rebate.


Um comentário:

Caco Pontes disse...

lady murphy
senhora
que preenche
vazio
pretensa
sem hora
pálido marfim
sem demora
discorre
tinta
sobre papel
sem fim
desliza céu
cai puro
por aí.