5 de dezembro de 2013

MUDAR DE RUMO É SÓ MUDAR DE DIREÇÃO?

(Derrota. Cansaço.
As narinas sopram pra dentro
O oxigênio penetra, dá sono
Corpo mole
Ínguas
A garganta pulsa
O ânimo não
Enquanto os olhos queimam
O suor não aparece, não basta
Como se não prestasse
Afinal, o suor da forma pura não dá conta.
Por este caminho não deu certo.
Recomeço)

Copacabana.
Cinco de dezembro de dois mil e treze.
Não sei se um trovão que parece tiro de canhão.
Ou um tiro de canhão que parece um trovão.
As ruas cheias d’água.
Morava em uma ilha.
No sétimo andar.
Outros arranhas-céu boiavam ao redor da janela.
Era Doroty. Confusa se sonho ou vida
No meio daquela semana tresloucada.
Cotovelos apoiados no parapeito da janela encharcada.
Os carros boiam.
A vertigem boia.
As virgens de olhos negros
já escorreram do grande teto
por paredes de concreto.
Também boiam.

O meu barco
Grande, repleto de tralhas dentro
Tapetes, móveis, sapos,
almofadas, desenhos, príncipes
Procura a fé
tenta seguir em sua direção
A proa dá voltas e voltas
Está cega
Consciente,
mas não pode ver nada.

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