Quem é esse homem a frente de minhas lembranças
Por quem me apaixonei perdida e despropositadamente?
Quem é o homem que amei?
Perdeu-se de si e em meu peito
Como quem vaga na noite de mãos dadas à embriaguez
Que não oferece perdão, só torpor.
Ainda é capaz de trazer em si um pedaço genuíno de mim?
Se não, nem precisa responder. Oculte-se sorrateiramente
Lua que brilha independente da minha palidez.
Quem é esse homem que toquei de forma despudorada?
Por quem cruzei estradas, me acabei e não regressei, jamais.
Por quem deixei de ser eu mesma
Quem é o homem que desabrochou a flor da candura
E descosturou a alma que de grande, reduziu-se a pedaços,
A centímetros de linhas soltas impossíveis de tear?
Que a linha dura possa me levar ao longe
Onde as rosas são negras
Pro meu corpo murchar em paz
Que não existam pensamentos
Mas se é neles que falo
Já penso
E se penso
Esse longe não há.