25 de abril de 2012

Carta De Um Cavalheiro

Quando precipita, sofro
E se sofro porque você escorre
Me pego preso pela toalha
Imaturo o tecido que usei pra secar
O seu transbordar lacerado.

Querida, perceber a dor
É perigoso quando se tem uma faca na mão
Não nos mate ainda mais.

De malas feitas, viaje pra fora do meu ser
Leve de forma leve em sua bagagem
A breve felicidade que a história nos arrancou.

Permitir o recomeço pode sim ser
um princípio de tropeços
no tempo e no espaço
no céu e na terra
no asfalto e no piso da sua casa,
que outrora, inundou
Já secou. Você não notou?

Agora sou a esquerda
Da direita que você rumou.
Só queria ver o sorriso
que não me fazia envelhecer
Endureço enquanto você o mantém longe.
Nossos sonos são opostos
A sua inquietude não é mais a minha
O meu pertencer, não é mais seu
No caos das ruínas, o equilíbrio
Na paz do ver-me desabar
Pode ir encontrá-lo.
Vai com Deus.

23 de abril de 2012

O que voou.

Vida, nossa vida. Minha.
Quando ela desejou a tua
Fugistes. Correr e esconder-se
É a tua especiaria.
Quando te encontro, choro
Porque não chorar é contrário a razão.
Enquanto a paixão é imperatriz, ser atriz.
Engana-te a ti mesmo
Procurar aquele que em seu ludibrio
possa fazer rir e continuar.
Onde está aquele que ganha
A parte de mim que está escondida?
Fugida. Logo agora que promete
Agora que confessa, que sente
Agora que pinta de colorido, que caiu
Agora que está marcada, desativada
Agora que é mais bonita
Louca, ferida, doída, tocada
Quando ela estende a mão
A cadeira já está vazia.
Sair e caminhar, a continuação da linha que ela arrebentou
cruzou e deixou escapar.
Já é pipa perdida.