19 de dezembro de 2011

La Prisionera [O Homem Que Não Se Quer Amar]

Quem é esse homem a frente de minhas lembranças

Por quem me apaixonei perdida e despropositadamente?

Quem é o homem que amei?

Perdeu-se de si e em meu peito

Como quem vaga na noite de mãos dadas à embriaguez

Que não oferece perdão, só torpor.


Ainda é capaz de trazer em si um pedaço genuíno de mim?

Se não, nem precisa responder. Oculte-se sorrateiramente

Lua que brilha independente da minha palidez.


Quem é esse homem que toquei de forma despudorada?

Por quem cruzei estradas, me acabei e não regressei, jamais.

Por quem deixei de ser eu mesma


Quem é o homem que desabrochou a flor da candura

E descosturou a alma que de grande, reduziu-se a pedaços,

A centímetros de linhas soltas impossíveis de tear?


Que a linha dura possa me levar ao longe

Onde as rosas são negras

Pro meu corpo murchar em paz


Que não existam pensamentos

Mas se é neles que falo

Já penso

E se penso

Esse longe não há.