12 de maio de 2008

Inclusive os Miúdos

Não te dou o prazer
De chorar ao ver
As águas que banham
A face borrada
Encharcada e apagada

Te deixo as lembranças
Os sonhos de crianças
O riso e as alegrias

O preço dos cacos
partidos em estilhaços
Não vou te pedir
Prefiro espalhá-los, reduzi-los
Para que não possa reconstitui-los

Só não te dou o prazer
De sofrer ao saber
Que sofro mais
Fico com tudo
Esperança, tristeza e os miúdos.

11 de maio de 2008

Se Não Para Isso

Eu apenas gostaria
De te dizer, de transbordar
Que amo-te

E sem você,
sou as reticências;
De quem não espera, a impaciência;
E do relógio, a não frequência.

Se não para admirar
o jeito sinuoso
a fala tão calma
a inquietude do teu sono
o sussurro da alma
o talento já inegável
a beleza sublime
o orgulho irredutível
a decisão que desafine
a fortaleza de um abraço
a cautela do beijo
o estilo refinado
a timidez do desejo
as pintas localizadas
os cachos inebriantes
a esperança sempre alerta
o sotaque aconchegante
o pensamento escondido
o olhar que segura
a lágrima cintilante
a expressão tão pura
Para que continuar a acreditar
Em amor, em amar?