26 de junho de 2007

Acorde...

Sinto
O sol da primavera
Distinto
Acorde pra uma quimera

A música que toca
O instrumento invejado
Seu dedo não me foca

Desejo a pele
Transformada em teclas
Um toque congele

E permaneça
A mesma nota
Nova partitura

Mais linda figura
Calço a minha bota
E rezo pra que eu conheça.

24 de junho de 2007

Bebidas

Um susto
O início assustada
Um sussurro
E depois voz gritada

Sorriso
Gargalhada
Libido
Friso
Apressada

Roda, roda mundo
Circula em volta
Um giro constante

Giro até o fundo
Circula-se a escolta
Uma roda gigante

Vou...vôo
Vento..vrum!
Verde...vai
e só volto
depois de amanhã.

21 de junho de 2007

A Pseudo Bailarina e o Rei

A aparente bailarina
Rodopiou, rodopiou
E já não sendo tão menina
Em sua mente escorregou

E lá, deitou-se lentamente
Até ficar acomodada
Sua dança não eloquente
Não há debulê, só há rodopiada

Gira, gira, lentamente
Mente, dissimula
Não consegue olhar de frente
Para o carinho que já anula

Com seu exterior, ela seduz
O brilhante sol não sabe por quê
Mas só se volta para a negra luz
Que destruiu um antigo pa-des-deux

Sete e oito...é o começo
Do frágil amor e da forte dor
Já esquecida, desapareço
No figurino desbotado, bordô

O mundo gira, voa, vai
O rei sol se atormenta
E a pseudo bailarina cai
Na ponta que já não sustenta

Mas já diz um antigo ditado
Quem é rei nunca perde a majestade
E por mais que se tenha derramado
Ergue-se, sem a luz que havia brilhado

Só a casca, nada é
Com um oco interior
Quando atinge nada quer
Personagem incolor

Gira tempo, gira novo
Recomeça o que já foi
Vossa alteza sobre o povo
A contagem é um, dois...


18 de junho de 2007

Aniversariando

1..2
12...
21.

Os anos passam
E o mundo gira
cada vez mais rápido

As maria-chiquinhas de ontem
São os longos cabelos de hoje
De um período nada plácido

A saudade...a idade
As horas que não voltam mais
E qualquer descrição à tarde
Tornam-se versos banais

Viva o vivo hoje
que já passou
E o instante futuro
que já chegou.

3 de junho de 2007

Não Se Pode Perder

Nesses dias
Dias de céu cinza
O cheiro de manteiga
A exibição das telas
É o "aconhegador"

E falando em dor
Vejo telas amarelas
Sinto falta de um amor

Sabe como é o ter
O ter de esquecer alguém
O ter de se sentir desfalecer?

Sei como é o amar
Amar de corpo e alma
Amar sem medir nem julgar

Fui rejeitada
insultada, ferida
com eufemismo, exilada!

Perdi o que sempre quis ter
No momento em que tive
Ou achei que tivesse
É não tinha
Não é assim que se vive
E o que nunca se teve não se pode perder.

É junho de 2007

É Junho!

E esse frio está meio afundador

Vai ver que é o ano

Mas espantemos qualquer terror

desse inverno insano!


Vamos celebrar às festas

Comemorar os aniversários

E que as gargalhas, sejam estas

As primeiras a sair dos armários!

1 de junho de 2007

Deito

Deito
Em meu leito
Estreito
Sem conceitos

Me cubro
com cobertor rubro

Preguiça
Enguiça

Me desanimo
Sem tino
Não domino

O sono
Sem trono

Mortal
E tchau.