29 de abril de 2007

Ciclo-Onda

A planta nasce, cresce, desenvolve-se e morre
Ao menos, assim aprendemos na escola
Ela morre e tem um fim, é isso?
E o ciclo, a natureza renova
O mundo dá voltas
Eu quero voltar
Viver
E sobreviver
Morrer, levantar
Lutar a cada dia, uma prova
Do sentimento, nunca ser omisso?
Não! Estar presente, dançar, girar, bola
Lutar, manter, não como a vela que só escorre
E não volta a acender.

27 de abril de 2007

Eu Te Odeio

Eu te odeio
Eu te odeio
Eu te odeio...

Eu te odeio
Eu te odeio...
Eu te odeio...


Eu te odeio...
Eu te odeio...
Eu te odeio...


Quantas vezes mais
Precisarei repetir
Pra que essas frases
Eu deixe de dizer para sentir?

Sopro
Sofro.

20 de abril de 2007

?

Não quero mais te ver
Chorar.
Não posso mais te ver
Chorar!
Deixe-me chorar em seu
Lugar.
Realmente, eu vi se desfazer
Amar?
E se persistir
Ficar!
E se eu cair
Levantar!
O que era meu
Mudar.
Essa noite você não irá
Chorar?

Lágrimas de amor
Secou.
A luz interior
Apagou.
E o que se perdeu
Amou.
O que era amor
Acabou...

18 de abril de 2007

A Bela Amou-se

Eu, o que dizer...
Dizer só sobre o seu eu
Seu confuso eu em si
Que embaralha a ti

O meu eu te ama
Sente sua falta no espaço
E o seu eu não sabe se sim
Se há falta de mim

Eu, que se perturba pelo teu
Só há a certeza do amor
Seu confuso eu me ama
E embaralha-te, não me chama

O meu eu misturado
Mistura a dor e o amor
Mas a passageira raiva apaixonou-se
E por seus defeitos, encantou-se

Não são a dor e o amor intrínsecos?

O seu eu emocionado
Na pele, brotou a flor
Mas se o longo tempo encurtou-se
O seu eu parou e o meu eu amou-se.

16 de abril de 2007

Parabenizar

Parabenizar
É desejar vida
É desejar que o desejo
Venha a se realizar

Parabenizar
É mentalizar energia
É mentalizar para o outro
O que pra si mesmo almejar

Parabenizar
É querer o melhor
É querer que o que quero
Sucesso para ti vivenciar

Parabenizar
É simplesmente amar
É amar a quem se parabeniza
E em um abraço se entregar.



14 de abril de 2007

Minha Porta

Vazia
Faria
Se não fiz,
O que ainda importa?

Fria
Tardia
Se ninguém vem
E bate a minha porta!

Vermelho
Espelho
Se a moldura
Permanece torta...

Almejo
Não vejo
Se há caos
A esperança morta?


12 de abril de 2007

Signo do Camaleão

Signo da curiosidade
Da amizade
Da dispersão

Signo da dupla identidade
Da ambigüidade
Da comunicação

Signo da criatividade
Da mutabilidade
Do camelão

Signo da Jovialidade
Da exterioridade
Da observação

Signo do zodíaco
Do artístico
Do clásico e do lírico

Sim e não.

10 de abril de 2007

Sentir, Dizer e Ouvir

Sentir saudade
Não é fácil
Mas é a dificuldade
Mais prazerosa que senti

Sentir saudade
Dizer, e ouvir
O "eu também"
São lágrimas de alegria
O maior bem

Sentir saudade
E não receber resposta
Um impessoal idem
É perder a aposta
De que o sucesso ainda vem.

8 de abril de 2007

Garganta

Na quinta, a límpida água
Renova pedra, coração, planta
O mundo verde transparece
Grita forte a garganta

Ela reclama, arranha
Me põe na cama, fanha

E o que renovou,
Se re-renova
Ou seja, apenas voltou
Ao que era antes
Situação não-nova

antiga, constante, inimiga dor...

6 de abril de 2007

Se Tic ou Tac

Tic-tac, as horas correm
O mundo não pára
Não se pode parar
Tic-tac, o que já passou
São fatos atrasados
Para não se atrasar
Tic-tac, o presente está
E em câmera lenta
Tente mais o ralentar
Tic-tac, os segundos importam
Somente curta, viva, aproveite
Descompromisso é para aproveitar
Tic, o futuro não se prevê
Se o Tac ocorrerá
Ou se não vai ocorrer.

Simplesmente assim.

3 de abril de 2007

2 Linhas do Quadrado

Se é sempre o começo do fim
Não dite regras assim
Se a vida passa
Não dê espaço à ameaça
Se nós dois fomos tingidos
Desbotemos enquanto o pincel fica detido
Se o medo nos consome
Alimentemos com coragem, nossa fome

Resolvi dizer que vale a pena a entrega

Se ama e não é amado
Deixe o amor de lado
Se não ama e é amado
Mais vale a dor de ter tentado
Se há uma quadrilha de amados
Apague duas linhas do quadrado
Se o desejo é afetado
É preciso que ele seja manifestado.

1 de abril de 2007

Claro e Escuro

Enquanto a luz prevalece
O preto absorve
Aquece
Calor
O suor desliza
A flor quase fenece

Quase.

Enquanto a escuridão desponta
O branco ilumina
Sina
Portuguesa
O chão treme
A lágrima aponta

Certo.

O claro e escuro tudo toma
E a elegância da antítese
Brilha, emociona e soma

Pois não só a maioria vence
De uma organizada minoria
A vitória pertence.